segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

SONETO VII/XII - OUTONO: ALLEGRO


Triste encanto assola o coração,
Toda alma a querer, só desejo,
Mas nenhum sentimento ou pejo,
Nada excita o ser, amor não.

Vale a carne pelo seu gosto,
Supre a vontade de ter sexo,
Não mais se suspira em amplexo,
Põe-se a gemer, e mostra o rosto.

Neste tempo, só penso em mim,
Descri de outro afeto que existe,
Que só na renúncia consiste.

Eis-me, que agora agindo assim,
Quase me completo sozinho,
Mesmo acompanhado no ninho.

Belo Horizonte, 2 de agosto de 1996.

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