Dasil
"As Quatro Estaciones (Vivaldi)"
Acrílico sobre tela
122x91
No Ocidente, o som sempre teve um quê de misterioso. Onipresente e, ao mesmo tempo, evanescente, o som não se rende ou se submete facilmente ao raciocínio acostumado a coisas, locais e configurações estáveis. Som é mutação.
Som é mutação e música é som no tempo. Quando esse tempo é histórico, quando falamos de música do passado, a relativização é exponencial, pois estamos lidando com um objeto artístico produzido e consumido “naquele tempo”, algo que se esgotou em sua fruição. Os registros que permanecem do objeto, as partituras, são imperfeitos em mais de um sentido, longe de serem capazes de propiciar a reprodução dos sons daquela época. As performances atuais de músicas do século XVIII serão sempre reinterpretativas.
A obra musical teria se concretizado em sua audiência, aquele momento para o qual foi concebida, dela restando a possibilidade reinterpretativa.
"As Quatro Estaciones (Vivaldi)"
Acrílico sobre tela
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No Ocidente, o som sempre teve um quê de misterioso. Onipresente e, ao mesmo tempo, evanescente, o som não se rende ou se submete facilmente ao raciocínio acostumado a coisas, locais e configurações estáveis. Som é mutação.
Som é mutação e música é som no tempo. Quando esse tempo é histórico, quando falamos de música do passado, a relativização é exponencial, pois estamos lidando com um objeto artístico produzido e consumido “naquele tempo”, algo que se esgotou em sua fruição. Os registros que permanecem do objeto, as partituras, são imperfeitos em mais de um sentido, longe de serem capazes de propiciar a reprodução dos sons daquela época. As performances atuais de músicas do século XVIII serão sempre reinterpretativas.
- “Na terminologia da teoria da recepção, o leitor ‘concretiza’ a obra [musical, literária ou pictórica], que em si mesma não passa de uma cadeia de marcas negras organizadas numa página. (…) A obra cheia de ‘indeterminações’, elementos que, para terem efeito, dependem da interpretação (...), e que podem ser interpretados de várias maneiras, provavelmente conflitantes entre si.” (EAGLETON, 1983:82.)
A obra musical teria se concretizado em sua audiência, aquele momento para o qual foi concebida, dela restando a possibilidade reinterpretativa.
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