domingo, 4 de janeiro de 2009

SONETO II/XII - PRIMAVERA: LARGO


Horizonte aberto para ilusão que inunda,
Um mar de desejo muito tempo frustrado
Encara o destino qual sempre foi mostrado:
Vaga de esperança pela paixão profunda.

Saberes ocultos descobertos em breve,
Quando tais amores alcançarem a carne,
Poderão decerto acalmar o duro farne
Que tanto tormenta quem inda não atreve.

Meu sonho de musas que me fazem cativo
Deste amor platônico somente cantado,
O grande suplício por eu ser recatado.

Já fico contente sem ter bem um motivo,
Pois será logo em breve que tal desidério,
Deixará para mim de ser grande mistério.

Belo Horizonte, 4 de agosto de 1996.

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