Poussin, Nicolas.
Helio e Feton e as Quatro Estações
Óleo sobre tela, c1629-1630. Gemaldegalerie, Berlin.
Helio e Feton e as Quatro Estações
Óleo sobre tela, c1629-1630. Gemaldegalerie, Berlin.
A importância da palheta decorre do discurso autônomo da cor. Portanto foram selecionadas diferentes palhetas, adequadas a cada uma das Estações. Procuraram-se as cores que permitissem ao espectador identificação cromática tanto quanto simbólica.
Para Wellington CARRION , quando se fala das cores e de seus significados, devem-se ter dois focos para abordar: o que elas representam para nós e o que podem representar para os outros.
A informação cromática é uma das ferramentas mais importantes e versáteis que se pode usar. A “cor direciona o olhar do observador ao longo da imagem; integra ou destaca áreas do campo visual, organiza a informação textual, cria a disposição de ânimo geral e provoca resposta emocional do observador. O código cromático é forma clássica de valorização da informação, a cor pode agrupar elementos relacionados, destacar itens ou indicar a seqüência de leitura.
Desde a Renascença, franceses e italianos teóricos da pintura passam a distinguir com precisão colorito ou coloris de color ou de couleur.
Essa distinção conceitual teve importante papel no que se convencionou chamar doutrina colorista. Essa expressão tem mais sentido em seus equivalentes em francês (de coloris em oposição a couler) ou em italiano (colorito em oposição a color) por serem as línguas correspondentes às escolas de pintura em que a técnica se desenvolveu. Hegel usou a expressão Kolorit, como neologismo, distinguindo da idéia de Farbe, no sentido dos correspondentes italiano e francês, mas para se referir àquelas doutrinas. Acredito que se possa usar o termo colorismo, para técnica, ou doutrina colorista, em português, expressando bem o conceito.
Postas essas considerações lingüísticas, cabe apontar que, em síntese, o colorismo consiste em subordinar o cromatismo à retórica. Fazer uso das cores para criar afeto, para inserir subtexto; usar luz e sombra para ambientar, para tornar a mensagem mais sutil, ao invés de somente para representar a realidade circundante. Cabe concluir que o Programa Iconográfico das Quatro Estações é nitidamente colorista, no sentido de que emprega cores em representação metafórica, alegoricamente e segundo os arquétipos sazonais.
ALCIATO, A- Emblema CVIII
In coloris.
Os estímulos cromático-visuais são fundamentais como possibilidade de provocar reações nos espectadores, reações que podem passar de incompreensão ou indiferença à catarse.
As vivências artísticas da cor fundamentam-se nas ações, nutrem-se do trabalho, experiências e conhecimento alicerçados interdisciplinarmente.
A iconografia clássica já preconizava discurso cromático; assim, encontramos em ALCIATO o emblema de número CVIII, intitulado In Colores, no qual se estabelecem significações e significados de diferentes naturezas às cores.
Tabela de significado das cores segundo Alciato.
Clique na imagem para ampliar.
A informação cromática é uma das ferramentas mais importantes e versáteis que se pode usar. A “cor direciona o olhar do observador ao longo da imagem; integra ou destaca áreas do campo visual, organiza a informação textual, cria a disposição de ânimo geral e provoca resposta emocional do observador. O código cromático é forma clássica de valorização da informação, a cor pode agrupar elementos relacionados, destacar itens ou indicar a seqüência de leitura.
Desde a Renascença, franceses e italianos teóricos da pintura passam a distinguir com precisão colorito ou coloris de color ou de couleur.
Essa distinção conceitual teve importante papel no que se convencionou chamar doutrina colorista. Essa expressão tem mais sentido em seus equivalentes em francês (de coloris em oposição a couler) ou em italiano (colorito em oposição a color) por serem as línguas correspondentes às escolas de pintura em que a técnica se desenvolveu. Hegel usou a expressão Kolorit, como neologismo, distinguindo da idéia de Farbe, no sentido dos correspondentes italiano e francês, mas para se referir àquelas doutrinas. Acredito que se possa usar o termo colorismo, para técnica, ou doutrina colorista, em português, expressando bem o conceito.
Postas essas considerações lingüísticas, cabe apontar que, em síntese, o colorismo consiste em subordinar o cromatismo à retórica. Fazer uso das cores para criar afeto, para inserir subtexto; usar luz e sombra para ambientar, para tornar a mensagem mais sutil, ao invés de somente para representar a realidade circundante. Cabe concluir que o Programa Iconográfico das Quatro Estações é nitidamente colorista, no sentido de que emprega cores em representação metafórica, alegoricamente e segundo os arquétipos sazonais.
ALCIATO, A- Emblema CVIII
In coloris.
Os estímulos cromático-visuais são fundamentais como possibilidade de provocar reações nos espectadores, reações que podem passar de incompreensão ou indiferença à catarse.
As vivências artísticas da cor fundamentam-se nas ações, nutrem-se do trabalho, experiências e conhecimento alicerçados interdisciplinarmente.
A iconografia clássica já preconizava discurso cromático; assim, encontramos em ALCIATO o emblema de número CVIII, intitulado In Colores, no qual se estabelecem significações e significados de diferentes naturezas às cores.
Tabela de significado das cores segundo Alciato.
Clique na imagem para ampliar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário