A universalidade do tema das Quatro Estações é outro aspecto que sempre impressionou. Nesse sentido, as metáforas e metonímias inerentes ao tema alcançam uma gama enorme de culturas, sendo os tópicos emulados com freqüência enorme e reinterpretados sob as mais diferentes versões e em diferentes linguagens e manifestações estéticas.
O tema das Estações do Ano é excelente ainda para demonstrar como a Ciência e a Arte sempre tiveram presença transversal na cultura humana, assim como se interpenetram de modo incruento. Nele, a Física se junta à Astronomia para explicar o fenômeno, enquanto a Música, a Pintura e a Poesia possibilitam viagens à imaginação, permitindo ver como esse mote tem estado presente há alguns séculos em várias culturas.
Partindo de diferentes objetos e eventos de arte, tais que se harmonizem com a vivência cultural ocidental em especial, podem-se recuperar fragmentos das ontologias climática e astronômica, por um lado – e estética, por outro, tanto presentes nas obras de Vivaldi, quanto no Programa Iconográfico das Quatro Estações, e assim motivar a construção de modelo mental que tenha suas bases na Física, na Matemática e na Música, Poesia e Pintura como representações estéticas daquele modelo.
A construção desse modelo é feita a partir de parâmetros multidimensionais e da rememoração de fatos do cotidiano, como observação de sombras ao longo de um dia ou do ano, relacionando-as à altura em que o Sol é visto no céu e às diferentes posições da Terra em seu movimento de translação. Tal construção se dá no entrelaçamento entre a observação climática (astronômica) e a sensibilidade estética, possibilitando a expressão retórica dos diferentes climas e afetos pelo fato de o planeta estar em diferentes posições ao longo de seu caminho em torno do Sol. Essa situação fática se traduz, por exemplo, em cromatismos distintos a cada Estação, variações de temperatura e a uma série enorme de eventos de grande influência no cotidiano e com correspondências nas diversas regiões do Planeta.
Ao gerar representações mais amplas para explicar qualquer fenômeno cotidiano, nosso conhecimento intuitivo assume, de forma implícita, princípios sobre a natureza da realidade e atua conforme eles. No caso das estações do ano, o que se mostra sensorialmente perceptível para todos é o aquecimento maior ou menor de acordo com a distância entre o Sol e a Terra – o que ocorre em todas as áreas habitadas do planeta, ainda que em intensidades variadas. “O modelo físico da distribuição da radiação pela superfície de acordo com o ângulo de incidência foi elaborado pela ciência para dar sentido a uma realidade que não é facilmente percebida pelo senso comum imerso em figurações estéticas culturais.” Mas o modelo estético do Programa Iconográfico se propôs representar simultaneamente a realidade física do clima e a universalidade dos afetos que lhes correspondem bem como as correspondentes metáforas. É uma proposta universalizante.
O tema das quatro estações é um lugar-comum. Mas tão comum e tão sem lugar que é universal. A idéia original seria fazer um levantamento panorâmico das emulações de quatro estações em manifestações estéticas ou retóricas, mas a amplitude das ocorrências faz a tarefa ficar muito além da possibilidade momentânea e da necessidade nesta discussão. Depois foi constatado que, na idéia inicial, não havia nada de original – nenhuma novidade, então a única abordagem para o universal passou a ser a proposta aristotélica de contrapô-lo ao particular deixando esta para o exercício do historiador e aquele para o poeta. O Programa Iconográfico é proposta de poesia visual. Abordagem universalizante de tema universal.
O tema das Estações do Ano é excelente ainda para demonstrar como a Ciência e a Arte sempre tiveram presença transversal na cultura humana, assim como se interpenetram de modo incruento. Nele, a Física se junta à Astronomia para explicar o fenômeno, enquanto a Música, a Pintura e a Poesia possibilitam viagens à imaginação, permitindo ver como esse mote tem estado presente há alguns séculos em várias culturas.
Partindo de diferentes objetos e eventos de arte, tais que se harmonizem com a vivência cultural ocidental em especial, podem-se recuperar fragmentos das ontologias climática e astronômica, por um lado – e estética, por outro, tanto presentes nas obras de Vivaldi, quanto no Programa Iconográfico das Quatro Estações, e assim motivar a construção de modelo mental que tenha suas bases na Física, na Matemática e na Música, Poesia e Pintura como representações estéticas daquele modelo.
A construção desse modelo é feita a partir de parâmetros multidimensionais e da rememoração de fatos do cotidiano, como observação de sombras ao longo de um dia ou do ano, relacionando-as à altura em que o Sol é visto no céu e às diferentes posições da Terra em seu movimento de translação. Tal construção se dá no entrelaçamento entre a observação climática (astronômica) e a sensibilidade estética, possibilitando a expressão retórica dos diferentes climas e afetos pelo fato de o planeta estar em diferentes posições ao longo de seu caminho em torno do Sol. Essa situação fática se traduz, por exemplo, em cromatismos distintos a cada Estação, variações de temperatura e a uma série enorme de eventos de grande influência no cotidiano e com correspondências nas diversas regiões do Planeta.
Ao gerar representações mais amplas para explicar qualquer fenômeno cotidiano, nosso conhecimento intuitivo assume, de forma implícita, princípios sobre a natureza da realidade e atua conforme eles. No caso das estações do ano, o que se mostra sensorialmente perceptível para todos é o aquecimento maior ou menor de acordo com a distância entre o Sol e a Terra – o que ocorre em todas as áreas habitadas do planeta, ainda que em intensidades variadas. “O modelo físico da distribuição da radiação pela superfície de acordo com o ângulo de incidência foi elaborado pela ciência para dar sentido a uma realidade que não é facilmente percebida pelo senso comum imerso em figurações estéticas culturais.” Mas o modelo estético do Programa Iconográfico se propôs representar simultaneamente a realidade física do clima e a universalidade dos afetos que lhes correspondem bem como as correspondentes metáforas. É uma proposta universalizante.
O tema das quatro estações é um lugar-comum. Mas tão comum e tão sem lugar que é universal. A idéia original seria fazer um levantamento panorâmico das emulações de quatro estações em manifestações estéticas ou retóricas, mas a amplitude das ocorrências faz a tarefa ficar muito além da possibilidade momentânea e da necessidade nesta discussão. Depois foi constatado que, na idéia inicial, não havia nada de original – nenhuma novidade, então a única abordagem para o universal passou a ser a proposta aristotélica de contrapô-lo ao particular deixando esta para o exercício do historiador e aquele para o poeta. O Programa Iconográfico é proposta de poesia visual. Abordagem universalizante de tema universal.
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